A história da universidade e a meritocracia.

 

Desde sua origem a universidade sofreu várias mudanças ao logo da história, se consideramos os espaços de transmissão de conhecimento utilizados há milhares de anos por grandes filósofos como Sócrates Aristóteles, Platão, dentre outros, como a célula embrionária para o que hoje conhecemos como universidade.  Desde seu surgimento a universidade se constituiu um espaço de construção do saber elitista, segundo Naomar Almeida Filho existem registros históricos que apontam a Akademia de Platão como uma das raízes da universidade, no seu entendimento o nome, que é uma referência ao semi-deus grego Akademus, revela este aspecto elistista da universidade, pois etimologicamente um dos possíveis entendimento para o termo é distante do povo.

No Brasil registros apontam a Escola de Cirurgia da Bahia como a primeira instituição de ensino superior, datada de 1808, mas a primeira universidade a oferecer cursos em várias áreas foi a Universidade do Rio de Janeiro em 1920, anos mais tarde surgiram a Faculdades de Direito em São Paulo e Olinda. Embora centenárias no Brasil, as universidade brasileiras ainda estão longe de universalizar o acesso  dos estudantes no ensino superior, durante muito tempo estar na faculdade foi um direito apenas das elites, há pouco mais de uma década é que começaram a ser adotadas politicas públicas a fim de corrigir essa dívida histórica com a sociedade, principalmente com os negros, impedidos por diversas leis e sistemas de dominação de participarem da vida social e se reconhecerem como parte da sociedade. É inegável que o acesso ao conhecimento se constitui um importante instrumento de luta para transformação pessoal e social, possibilitando ao indivíduo conquistas pessoais e sociais, tendo em vista que conhecimento é poder.

Desde que foram adotas políticas públicas de inclusão, como as de cotas raciais, suscitou-se em vários setores da sociedade o bom e velho discurso da meritocracia, sistema no qual as pessoas conseguem avançar segundo seus próprios méritos. Contudo não podemos falar em meritocracia em um país tão desigual como nosso.  É preciso levar em conta o jogo de privilégio branco que marca as relações sociais em nosso país onde infelizmente educação ainda é um privilégio de poucos. 

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